Pinus pinaster Aiton

PINHEIRO-BRAVO

Família: Pinaceae

Outros Nomes Vulgares: pinheiro-marítimo, pinheiro-das-landes.

Origem: Espécie nativa da região Mediterrânica Ocidental e Norte de África.

Características Gerais: O pinheiro-bravo é uma árvore resinosa, de 30 a 40 m de altura, com tronco direito, esguio e copa piramidal enquanto nova, mais tarde cilindro-cónica e por fim grande e arejada, com ramificação verticilada. Ritidoma ou casca seca é espessa, castanho-avermelhada, rugosa e profundamente fendida. É uma árvore monóica, isto é, a mesma árvore produz flores masculinas (espiga de estames amarelos), e femininas (cones ou pinhas). As suas folhas são persistentes, aciculares, rígidas, verde-escuras, com cerca de 20 cm de comprimento, ligeiramente curvadas e inseridas aos pares, numa bainha membranosa. Os cones masculinos, de 6 a 7 mm, amarelo-alaranjados, aparecem agrupados em espiga densa. Os femininos dispõem-se em verticilos de 2 a 3 (ou mais) e são avermelhados, brilhantes, de 20 cm de comprimento e desenvolvem-se nos ramos mais externos da árvore. A pinha é quase séssil, com 8 a 22 cm de comprimento, castanho-avermelhada-brilhante na maturação, ovóide-cónica, com escamas lenhosas, persistentes, e com uma saliência a meio de cada escama, pungente. Cada escama com 2 sementes (pinhões), que pode permanecer fechada por vários anos. As sementes são pequenas e prolongam-se por uma asa membranácea grande. 

Floração: Em Março.

Habitat: Muito vulgar em solos não calcários, sobretudo no litoral (solo arenoso e leve). Muito utilizado na arborização das dunas.

Distribuição: Frequente por todo o país.

 

Aplicações: Das gemas, frescas ou secas, preparam-se infusões, xaropes e pastilhas. O pinheiro-bravo é muito utilizado para tratar as bronquites e dores reumáticas. As suas múltiplas acções vão desde anti-sépticas das vias respiratórias, diuréticas (favorece a depuração do sangue eliminando as toxinas), expectorante (facilita a expulsão das secreções dos brônquios e da farínge) e balsâmica, isto é, contém bálsamos que suavizam as mucosas respiratórias. Atenção com a inalação de doses excessivas da sua essência, que pode provocar irritação do Sistema Nervoso Central, sobretudo nas crianças. O pinheiro-bravo produz grandes quantidades de resina, que é recolhida através de incisões na casca, em forma de V, depositando-se em taças colocadas abaixo desses cortes. A resina é utilizada na produção de vários produtos químicos, uma vez que possui óleos terpénicos de muita boa qualidade. Este pinheiro também é muito utilizado para a produção de pasta de papel.

Curiosidade: O género Pinus incluí um grande número de espécies na Europa. Actualmente o pinheiro-bravo cresce espontaneamente em todo o litoral mediterrâneo, adaptando-se a solos arenosos, ácidos e pobres, ocupando cerca de 1 milhão de hectares do território continental (31% da floresta continental). Pensa-se que a sua introdução começou na altura de D. Dinis que mandou semear pinheiro-bravo na mata de Leiria, onde até então predominava o pinheiro-manso, de vegetação espontânea.

Pragas e Doenças: Os principais ataques ao pinheiro-bravo são provocados por insectos e fungos. São relativamente frequentes as podridrões radiculares provocadas por Armillaria mellea, que se traduzem na secura dos ramos, das extremidades para a base, e na queda das agulhas. O Fomes annosus, provoca a podridrão do cerne junto à base do tronco, causando desvalorização da madeira e por fim a morte da árvore. As principais pragas do pinheiro-bravo podem agrupar-se de acordo com o tipo de insecto que estão na sua origem: insectos desfolhadores, a processionária do pinheiro, com característicos ninhos brancos no Inverno, provoca fortes desfolhações mas, na maioria dos casos, não provoca a morte das árvores. Dentro dos insectos perfuradores que causam maior mortalidade florestal, estão a Hilésina do pinheiro, o Gorgulho grande e a Torcedoura que se manifesta pela destruição total ou parcial dos gomos de que se alimenta, provocando deformações do tronco.